Wednesday, July 18, 2007

`Camões

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Camões

Cortesão, soldado, aventureiro
Camões, o ilustre bardo português
Com amor e orgulho, engenho e altivez
Dos feitos lusos cantou, nos rendeu preito

Poeta, sonhador, apaixonado
Amou sem ser respondido, amou com ardor
No fim na Pátria encontrou seu grande amor
Para morrer sózinho, triste e ignorado

O risco do seu destino igual a tanto
Português que ama a terra, por ela sofre
Lá longe no exílio, mais só e pobre
Vive lembrando Portugal, o sublimando

Voltam depois um dia tristes, no fim de anos
À Pátria, à Terra que deixaram, já como estranhos

Friday, July 06, 2007

A Nossa Primeira Lingua


A nossa Primeira Língua
também é a língua da nossa alma
Não importa quantos anos afastados se tivesse vivido
Quantas outras línguas se tenha dominado
----Ela sendo a primeira,
no fim também é a última, a única afinal

A Nossa Primeira Língua
É como um ente nosso mais próximo
Irmã dos nossos pensamentos
A mãe do nosso intimo, mais intimo
Connosco sempre
se o coração fôr firme e constante


A nossa Primeira Língua
foi aquela em que se aprendeu
a rezar, a pensar, a sentir, a sonhar, a viver
e a ser quem somos intrinsicamente

Como uma boa embarcação
é a língua que nos leva
Por outros mares singrando,
o mundo descobrindo
É a Barca Bela do nosso coração

Eu não a trocaria
por outra língua qualquer
Que a minha língua materializa-me o mundo,
lhe dá expressão
é o seu verbo
é a língua que eu assumo
para dizer quem sou
e aquilo que eu quero
A minha primeira Língua
Será p'ra sempre a minha primeira Língua

Amalia Rodrigues

AMÁLIA

Amália, a voz rainha de Portugal
Aquela que com distinção, alma cantava
Ouvi-la era um prazer que se guardava
Bem fundo no coração, emoção tal

Cantava com saudade—um doce brado
Que nos penetrava no ser com tal fervor
Qual varina apregoava com gosto e ardor
Ouvi-la era um encanto do mais sagrado

Cantava que nem rouxinol, nem ave mais rara
Cantava com humildade e com nobreza
Era a voz mais bonita , mais portuguesa
Acompanhada pela viola e a guitarra

Amália, que saudade nós dela temos
Amália que tristeza, que falta a dela
A mãe da canção lusa mais terna e bela
A voz de Alfama e Mouraria, de fados ternos

Ah gerações vindouras, oh gente nova
Deste doce e amargo Portugal
Aprendei dessa voz de ouro sem igual
Do valôr dessa fadista de Lisboa

Nenhuma casa portuguesa era tão bem cantada
Nem Lisboa antiga será jamais a mesma
Quando cantava o “ Barco Negro”, era uma deusa
Uma sereia que atraía, maravilhava

Que Deus Me Perdoe, Coimbra, Tudo Isto É Fado
Enalteceu a Pátria com os seus talentos
Como os marinheiros dos tempos dos descobrimentos
O nome de Portugal, em cada coração deixou gravado

Silverio Gabriel de Melo